Em julho, o cenário do mercado de crédito continuou apresentando indicadores favoráveis. Com uma leve desaceleração de -0,1 p.p. na margem, o crescimento do saldo das operações era de 16,2% a.a. (15,6% em dez/20). Entretanto, o desempenho positivo advém fundamentalmente do segmento das pessoas físicas (PF), cujas operações expandem-se a 18,2% a.a. (11,2% a.a. em dez/20). Com a retirada de programas emergenciais, a dissipação dos impactos da demanda precaucionária no início da pandemia e as incertezas econômicas, a expansão dos empréstimos para empresas (PJ) desacelerou de 21,8% a.a. em dez/20 para 13,6% a.a.. As trajetórias dos estoques ratificam as séries das concessões, com a taxa anual dos novos empréstimos em 12 meses saindo de 10,9% a.a. em dez/20 para 7,3% a.a. para PJ e de 0,6% a.a. em dez/20 para 14,5% a.a. para PF. Os prêmios mais elevados no mercado futuro de juros ainda exercem impacto limitado com o aumento de apenas 2,0 p.p. no ano na taxa média de juros das novas operações. Com relação à qualidade da carteira de crédito, a taxa de inadimplência média das modalidades com recursos livres para PF mostrou queda de -0,1 p.p. no ano para 4,1%. Para PJ, pelo 2º mês consecutivo, o indicador permaneceu em 1,6% (1,4% em dez/20) – considerando a carteira RL.
Com dados de mai/21, o endividamento total das famílias em relação à renda fechou em 59,2% representou o maior patamar desde o início da série em jan/05, avançando 10,0 p.p. em 12 meses. Contudo, de forma positiva, o comprometimento da renda apresentou queda de -0,8 p.p. no ano, totalizando 30,6%. Por causa, da conjugação da inflação elevada e o consequente ciclo de aperto monetário, e das dificuldades no mercado de trabalho, o nível de endividamento das famílias é um fator de risco a ser considerado. Dada a conjunção desses fatores, a expectativa da Assessoria Econômica é de desaceleração da expansão do crédito para 11,4% em 2021 (14,2% para PF e 7,8% para PJ).
