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Comentários Relatório de Estabilidade Financeira – Abril de 2021

As instituições financeiras (IFs) atuaram como amortecedores ao choque, porém houve a materialização de perdas com a queda da atividade econômica. Em 2020, mesmo alcançando o maior valor histórico de provisões para a cobertura de ativos problemáticos (APs), a capitalização elevou-se e a liquidez manteve-se em níveis adequados.

O risco sistêmico no mercado internacional reduziu-se com a implementação de ações para preservação da liquidez e flexibilização regulatória para liberação de capital das IFs, além de programas de financiamento a empresas não financeiras.

As pesquisas com as IFs indicam preocupação elevada com a inadimplência e com o ritmo de atividade, a partir do surgimento de novas cepas do coronavírus. O prolongamento da pandemia e a necessidade de auxílio à população vulnerável aumentariam o já elevado risco fiscal. Todavia, a confiança das IFs na estabilidade financeira sustenta-se em patamar elevado, bem acima do que estava durante a recessão de 2015-2016.

Os programas emergenciais tiveram papel significativo na evolução do crédito para pessoas jurídicas (PJ). Do aumento de 11,9% no 2º semestre, 80% adveio dos programas de governo, notadamente para as micro, pequenas e médias empresas (MPMEs). Para as de maior porte (GEs), houve o impacto do alto volume de crédito concedido para um grupo restrito no início da pandemia.

Para PJ, o risco de crédito aumentou em ritmo menor do que a expansão da carteira.  Porém, o percentual de APs relacionado às GEs elevou-se devido ao aumento das operações de crédito deterioradas, ainda que não inadimplentes. A grande maioria das operações repactuadas já saiu do período de carência e tem apresentado atraso inferior ao esperado inicialmente.

Os empréstimos para pessoas físicas (PF) voltaram a crescer no ritmo anterior à pandemia, o risco arrefeceu, com o recuo do percentual de APs. O risco foi mitigado pelas provisões adequadas. Para este segmento, as operações repactuadas apresentaram qualidade de crédito superior à esperada previamente, não sensibilizando o nível de risco da carteira.

A trajetória da rentabilidade do sistema bancário foi interrompida. Entretanto deve melhorar com a perspectiva de queda nas despesas com provisões e aumento das receitas de serviço. A margem obtida nas operações de crédito reduziu, estando sob pressão com a alta da Selic.

O sistema absorveu os impactos da pandemia, recompondo gradativamente a solvência e favorecido pela regulação que restringiu a distribuição de resultados. O capital aumentou em quantidade e melhorou em qualidade no 2º semestre, com a maioria das instituições atendendo os requerimentos mínimos.

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