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Aguardando impactos mais consistentes

Com o aumento do apetite ao risco das Instituições Financeiras (IFs) e o bom desempenho da atividade econômica, o mercado de capitais vem ganhando mais relevância como fonte de financiamento das Pessoas Jurídicas (PJ). Assim, a expansão dos títulos privados de dívida era de 24,8% a.a. em novembro (15,0% a.a. em dez/23) e a dos securitizados de 30,8% a.a. (27,6% a.a. em dez/23). Adicionalmente, no âmbito do Sistema Financeiro Nacional (SFN), o mercado de crédito apresenta um crescimento considerável, com a elevação anual da carteira oscilando em torno de 10,7% a.a. em novembro (8,1% a.a. em dez/23).

A aceleração do crédito bancário é mais nítida nas modalidades para PJ crescendo em 9,3% a.a. em novembro (4,7% a.a. em dez/23). Nas linhas para Pessoas Físicas (PF), o ritmo de aumento era de 11,6% a.a. em novembro (10,5% a.a. em dez/23). Contudo, com o elevado endividamento das famílias, há um crescimento mais expressivo em algumas linhas que merece atenção: o financiamento de veículos para PF com uma expansão de 21,9% a.a. (12,0% a.a. em dez/23); o crédito pessoal não consignado em 19,5% a.a. (6,1% a.a. em dez/23); e o financiamento imobiliário PF em 12,4% a.a. (11,8% a.a. em dez/23).

Em termos prospectivos, certamente a forte alteração nas condições financeiras e a depreciação da taxa de câmbio terão impacto no mercado de crédito, demandando cautela e diligência adicionais.  Com uma trajetória de desaceleração, a média móvel trimestral (MM3) das concessões totais dessazonalizadas saiu de um aumento de 1,9% em out/24 para 0,2% em novembro. Enquanto, o indicador para as modalidades com Recursos Direcionados (RD) avançou de 0,8% para 5,4%, o dos novos empréstimos com Recursos Livres (RL) saiu de 1,6% para -1,4% na margem.

Superando a elevação de 0,75 p.p. na Selic, a taxa média de juros das novas operações de crédito era de 28,6% a.a. em novembro (+0,9 p.p. desde ago/24). Ainda beneficiando-se do bom momento da economia, a taxa média de inadimplência dos empréstimos mostra ainda um comportamento confortável. Após 5 meses em 3,2%, a inadimplência recuou para 3,1% em novembro (3,2% em dez/23), com o indicador ficando em 2,3% para PJ (0,0 p.p. no mês e -0,2 p.p. no ano) e em 3,7% para PF (0,0 p.p. no mês e no ano).

Ainda aguardando uma eventual materialização de impactos mais consistentes da deterioração das condições financeiras, a Diretoria de Economia, Regulação e Produtos da ABBC projeta uma desaceleração no mercado de crédito, com o crescimento nominal do saldo no SFN saindo de 10,5% em 2024 para 9,1% em 2025, números abaixo das estimativas de aumento de 10,6% e 9,6% do Banco Central (BC).

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