Reagindo ao conjunto de dados divulgados do mercado de trabalho e a manifestação do presidente do Federal Reserve (Fed) acerca da trajetória da política monetária, a ferramenta FedWatch do CME Group apontava, em 04/10, 97,4% de probabilidade de um corte de -0,25 p.p. em novembro (65,3% em 30/09). Entretanto, a depender da evolução da conjuntura, as chances de manutenção dos Fed Funds entre 4,75% e 5,00% poderão aumentar. Apoiado por esse contexto, o dólar ganhou força na semana no mercado de câmbio internacional, com o Dollar Index subindo 2,13% no período.
No mercado financeiro doméstico, o impacto da elevação da classificação da nota de crédito do Brasil, de “Ba2” para “Ba1” com perspectiva positiva e a 1 passo de alcançar o grau de investimento, foi bem baixo. Ainda que com um desempenho melhor do que a média de seus pares emergentes, o real encerrou a semana depreciando-se em 0,41%, com o dólar cotado a R$ 5,46 e o prêmio do CDS de 5 anos reduziu-se em apenas -8,29 bps., para 145,63 pbs.
No Boletim Focus, a mediana das projeções para a taxa Selic indica altas de 0,50 p.p. em novembro e dezembro, e mais um ajuste de 0,25 p.p. em janeiro, alcançando 12,00% a.a. no fim do ciclo de aperto. No mercado de opções digitais da B3, a chance em 04/10 de uma alta de 0,50 p.p. em novembro na Selic era de 73,5%. Com a elevação nos prêmios da curva futura de juros e redução na inflação esperada para os próximos 12 meses, a taxa real de juros ex-ante fechou em 8,00% a.a., com uma alta de 0,16 p.p. na semana, entrando em patamar ainda mais contracionista quando comparado aos 4,75% a.a. considerado como neutro pelo Banco Central (BC).
Apesar do aumento dos prêmios de risco e da taxa real de juros, a projeção do IPCA de 2025 manteve-se em 3,97%, ao passo que a estimativa para 2026 prosseguiu em 3,60%. Ademais, no horizonte relevante para a política monetária, ou seja, 18 meses à frente, a expectativa aumentou de 3,83% a.a. para 3,89% a.a..
Na semana que se adentra, os números do IPCA de setembro e das pesquisas de varejo e serviços darão um panorama mais claro sobre o comportamento da economia no 3T23, podendo ajudar na avaliação do ritmo de ajuste monetário. Na agenda internacional, as atenções estarão voltadas à Ata do Fed e a inflação ao consumidor dos EUA.
Boa leitura!