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Comportamento Semanal – Incerteza com simetria

Dado o seu entendimento de uma escalada das incertezas e com o intuito de conferir maior grau de liberdade para o gerenciamento de riscos, o Comitê de Política Monetária (Copom) promoveu o encurtamento do forward guidance para apenas uma reunião. Contudo, reiterou que não houve alterações significativas no cenário inflacionário, de modo que em tese os cortes de juros que estariam planejados permaneceriam valendo. Resumidamente, o quadro com o aumento da incerteza estaria conjugado com um balanço de riscos simétrico. A alteração da sinalização produziu uma volatilidade na curva futura, a taxa de juros de 5 anos saiu de 10,56% a.a. para 10,64% a.a. e a de 10 anos de 10,90% a.a. para 11,00% a.a.. Considerando-se o Boletim Focus de 15/03, a taxa real de juros ex-ante subiu de 6,09% a.a. em 08/03 para 6,24% a.a., aprofundando-se em patamar contracionista como recomendado pelo Copom. A alta nos prêmios descolou do movimento de redução na rentabilidade das treasuries, com os sinais mais condescendentes emitidos pelo Federal Reserve (Fed) para a política monetária e a projeção de 3 quedas de -0,25 p.p. na taxa básica dos EUA. Ainda no Focus, as estimativas para a expansão do PIB em 2024 continuaram avançando, aproximando-se aos poucos de 2,00%. Em 15/03, eram de 1,80% ante 1,68% há 1 mês atrás. Nessa linha, com os números positivos de serviços, indústria de transformação e varejo, as projeções do FGV Ibre foram revisadas de 1,4% para 2%. Beneficiando-se das novas regras, mas também do bom momento da atividade no início do ano, a arrecadação federal via impostos e previdência apresentou um crescimento real de 12,3% na comparação com fev/23. Entretanto, na 4ª redução consecutiva, o indicador de consumo das famílias da Confederação Nacional do Comércio (CNC) mostrou até março uma menor propensão da população às compras, possivelmente influenciada pela menor oferta de crédito e alterações nas condições do mercado de trabalho. Na semana que se adentra, as divulgações do IPCA-15, principalmente no que tange aos dados qualitativos, e os dados relativos ao mercado de trabalho (Caged/PNAD) podem trazer luz às incertezas no balanço de riscos. Da mesma forma, certamente, a Ata do Copom e o Relatório Trimestral de Inflação deverão dar maior transparência as decisões tomadas pelo Copom. O maior destaque internacional fica para a evolução do deflator de gastos pessoais (PCE), utilizado pelo Fed como referência

Boa leitura!

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