Apesar de que a inflação deva fechar o ano de 2023 em patamar mais baixo do que o inicialmente antecipado e ficar dentro do intervalo de tolerância da meta, as expectativas inflacionárias para 2024 e 2025 ainda permanecem desancoradas em relação aos 3,0%. Porém, o quadro mostra-se bem favorável para a desinflação. Como exemplo, a média móvel trimestral anualizada das medidas de inflação subjacentes dessazonalizadas do IPCA fechou out/23 em -0,6% a.a. para alimentação no domicílio, em 3,3% a.a. para serviços e em 0,2% a.a. para bens industriais. Mesmo com uma evolução fortemente benigna para a inflação de serviços, das medidas de núcleos e subjacentes, ainda não se constata um movimento de queda consistente nas expectativas inflacionárias, o que é um fator complicador para a política monetária.
Assim, compartilhamos o entendimento do Copom de que a política monetária deva ser mantida em campo restritivo até que seja assegurada a convergência à meta no horizonte relevante e a ancoragem das expectativas. Sem alteração substancial no balanço de riscos, acreditamos que o ritmo de queda de -0,50 p.p. na Meta Selic possa ser mantido nos 3 próximos encontros.
Boa leitura!