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Termômetro do Crédito – Inadimplência represada

 O estoque total do crédito do SFN fechou maio com crescimento de 9,3% a.a. (9,6% a.a. em abr/20), alcançando 49,7% do PIB. Alinhada com o desempenho menos desfavorável das modalidades com RD, observa-se a recuperação gradual da expansão anual do saldo dos empréstimos dos bancos públicos (2,5% a.a.). O ritmo das operações com RL reduziu-se de 17,3% a.a. em abr/20 para 15,8% a.a.. Por fim, as concessões totais com ajuste sazonal reduziram-se na margem em -3,3%.

 Após os impactos iniciais da eclosão da Covid19 que elevaram fortemente a demanda por crédito para PJ com o objetivo de preservação de caixa das grandes empresas (GE), o avanço do saldo para PJ desacelerou em 0,6 p.p. para 24,2% a.a.. Entre fevereiro e maio, o estoque total cresceu 8,5% com alta de 12,2% para as GE e de 2,4% para as micro, pequenas e médias empresas (MPME). Na série dessazonalizada, os novos empréstimos para PJ diminuíram -6,1% em maio e os acumulados em 12 meses cresceram 15,4% a.a. (17,3% a.a. em abr/20).

 Já para PF, a perda de intensidade do crescimento do saldo é maior, com redução de 11,3% a.a. para 9,0% a.a.. Além de reduzir o consumo, o isolamento social produziu impacto negativo no mercado de crédito para PF. Os novos empréstimos para PF apresentaram elevação mensal de 1,0% e as concessões acumuladas em 12 meses cresciam em 8,7% a.a. (11,8% a.a. em abr/20).

 Em consonância com a redução da taxa média de juros, observa-se queda gradual nos spreads médios. Em maio, o spread das concessões com RL recuou -1,6 p.p. (-5,9 p.p. em 12 meses) para 24,6 p.p.. Reagindo mais lentamente, por causa da participação das operações prefixadas antigas nas carteiras das instituições, o spread do Indicador do Custo de Crédito (ICC) com RL teve contração de -0,7 p.p. na margem (-2,9 p.p. em 12 meses) para 27,4 p.p..

 Com a atenuação dos efeitos da queda da atividade econômica pelas medidas emergenciais, inclusive regulatórias que permitiram a reestruturação de operações, nos indicadores do mercado de trabalho e na redução das receitas das empresas a deterioração da qualidade dos ativos é gradual, mas deve crescer. Assim, a taxa de inadimplência nos empréstimos com RL está em 4,0% (3,8% em fev/20), em 2,4% (2,3% em fev/20) para PJ e 5,5% (5,0% em fev/20) para PF. O indicador das operações das MPME indicou alta 0,4 p.p. em relação a fev/20 de 0,1 p.p. para as GE.

 Em abril, o endividamento total das famílias ficou em 46,2% da renda, em nível elevado historicamente, com elevação 1,3 p.p. no ano. Por sua vez, o comprometimento da renda com os encargos da dívida fechou o mês em 20,9%, com avanço de 0,9 p.p. no ano. A transferência elevada de recursos para as famílias, por meio do auxílio-emergencial, deve amenizar momentaneamente a trajetória de deterioração deste indicador

 

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