Em julho, o IBC-Br cresceu pelo terceiro mês consecutivo, exibindo alta de 2,15%, com desaceleração em relação ao 5,32% verificado em jun/20. No ano, o índice acumula queda de -5,8% e de -2,9% em 12 meses. Contemplando os recentes indicadores favoráveis para a atividade, as projeções de queda do PIB para 2020 reduziram-se de -5,31% para -5,11%. Suportado pelo efeito das medidas de auxílio e do crédito nas vendas de bens essenciais e de produtos para o lar, o índice do comércio varejista restrito superou em 5,3% ao de fev/20. O volume de serviços apresentou desempenho mais frustrante ao crescer 2,6% em julho. Principalmente por causa da diminuição de -3,87% no item serviços prestados à família (-56,6% em relação a fev/20). Os desempenhos refletem o redirecionamento de muitas das atividades do setor de serviços para o comércio. O IGP-DI em 15,23% a.a. sinaliza a pressão dos preços das commodities que, conjuntamente, com a taxa de câmbio fortemente depreciada levantam preocupação com o possível repasse dos preços ao consumidor com uma retomada mais intensa. Com o IPCA em 2,44% em 12 meses, a inflação de alimentos no domicílio em 11,39% a.a. proporciona uma dissonância entre o cenário ainda positivo para a inflação e os preços percebidos pela população. Há também preocupação com a mudança de preços relativos a favor dos bens comercializáveis (4,79% a.a.) frente aos bens não comercializáveis (1,44% a.a.). Por fim, a saída financeira de -US$ 47,6 bilhões sinaliza pressão para a taxa de câmbio. Na semana, destaques para manutenção da Selic em 2,00% pelo Copom, a divulgação do IGP-10 e no cenário externo a reunião do Fomc e a produção industrial dos principais países.