A surpresa negativa com o aumento de 0,94% do IPCA de outubro alimentou as dúvidas com o prazo de convergência da inflação às metas. Dessa forma, recrudescem os sinais de repasse da depreciação cambial e da alta de preços de commodities aos preços ao consumidor. Além da pressão dos preços relativos à alimentação, geraram preocupação: o índice de difusão de 64,0% (49,9% em fev/20) e o aumento da média das medidas de núcleo acompanhadas pelo Banco Central de 0,12% para 0,54%. Como desdobramento, houve na semana a revisão das projeções da inflação do Boletim Focus para 2,99% em 2020 (+0,34 p.p.) e para 3,10% em 2021 (+0,08). Aliada ao risco fiscal, a pressão inflacionária aumentou os prêmios de risco ao longo da estrutura a termo de juros. As taxas dos vértices de dois e três anos subiram em 0,16 p.p. e 0,17 p.p. para 4,67% a.a. e 5,77% a.a., respectivamente. Com queda de -0,5%, a cotação do dólar encerrou a semana cotado a R$ 5,62. Pelo sexto mês consecutivo, em setembro, o saldo de transações correntes apresentou superávit como reflexo da forte depreciação cambial, redução das importações e das viagens internacionais. O IED, por sua vez, vem se reduzindo significativamente. O cenário de melhora no ritmo da atividade no 3T20 reduziu a previsão de queda do PIB de -5,00% para -4,81%. Já a arrecadação federal de impostos desacelerou -4,4% na margem, em termos reais. Para a semana são destaques a reunião do Copom, Resultado do Tesouro, Nota de Política Fiscal, divulgação da PNAD- Contínua, Caged e IGP-M e a prévia do PIB do 3T20 dos EUA e Zona do Euro.