Documentos recentes do Banco Central reforçaram a hipótese da proximidade do momento da abdicação da cláusula do forward guidance, que poderia ocorrer ainda no 1T21 com a mudança do horizonte relevante para a política monetária e o maior peso para o ano de 2022, para o qual as expectativas e projeções já estão próximas da meta. Lembrando que a ocorrência não implicaria mecanicamente em aumento de juros. A projeção da inflação acumulada em quatro trimestres do Banco Central terminaria 2020 ao redor de 4,3%, caindo para 3,4% em 2021, mantendo-se em 3,4% em 2022, diante das metas de 4,00%, 3,75% e 3,50%, respectivamente. O dólar encerrou a semana com uma apreciação de 0,45%, cotado a R$ 5,08. Para reduzir a pressão e dar liquidez à possível demanda originada pela redução do overhedge, a autoridade monetária aumentou a oferta em swaps cambiais, valeu-se de leilão de venda de dólar com compromisso de compra e da venda à vista de reservas, de US$ 2,0 bilhões. O processo recessivo e o desempenho favorável das exportações levaram a queda do déficit em transações correntes, com o acumulado em 12 meses fechando em out/20 com déficit de US$ -12,15 bilhões, volume -76,0% abaixo do verificado no mesmo mês de 2019. Para a próxima semana, destaque para as questões relativas à evolução da pandemia e os sinais da trajetória fiscal, com menor peso para a prévia do IPCA, os dados de crédito e os indicadores de confiança da FGV.