O Copom elevou a taxa Selic em 1,0 p.p. para 5,25% a.a.. A alta maior do que a sinalizada anteriormente é justificada pelo aumento disseminado da inflação, referendando o caráter não transitório dos choques desfavoráveis, nos componentes inerciais dos índices de preços, na inflação subjacente e núcleos. Processo que pode ser agravado com a recuperação robusta da economia, a elevação das tarifas de energia elétrica e novos aumentos nos preços de alimentos. Com o balanço de riscos mais desfavorável, o Copom indicou ainda ser apropriado um ciclo de elevação para um patamar acima do neutro. Ademais, ruídos políticos internos e preocupações com a trajetória fiscal contribuíram para uma maior elevação dos prêmios, de modo que a taxa real de juros ex-ante de 1 ano subiu 0,38 p.p. para 3,23% a.a. No cenário externo, a divulgação dos dados do mercado de trabalho nos EUA acima dos aguardados aumentaram as apostas de uma eventual antecipação da retirada de estímulos pelo Federal Reserve, com isso o retorno dos T-notes de 10 anos encerrou a semana com alta de 0,07 p.p. para 1,31% a.a.. O dólar encerrou a semana cotado a R$ 5,23 (+0,41%). Em 12 meses, o fluxo cambial líquido acumulado em julho ficou em US$ 4,0 bilhões. Do lado real, com pressões advindas do desarranjo das cadeias produtivas e elevação dos custos, a produção industrial permaneceu estável em jun/21 na série dessazonalizada, mantendo-se no patamar de fev/20. Com alta de 1,7 p.p. na margem e de 4,0 p.p. em relação a jul/20, o endividamento das famílias segundo a CNC ficou em 71,4%. Para a semana serão destaques a divulgação da Ata do Copom, IPCA, PMC, PMS e IBC-Br.