Skip to content

Termômetro do Crédito – Famílias: Dinâmica Ameaçada

Em 2021, a expansão do crédito no Sistema Financeiro Nacional (SFN) superou todas as expectativas. Porém, o aumento de 16,5% a.a. em termos nominais refletiu circunstâncias, como o recrudescimento da inflação corrente e a deterioração das expectativas inflacionárias, que tiveram impacto na rentabilização dos ativos, compensando a frustração com a recuperação da atividade. Entretanto, em termos reais, houve de fato uma desaceleração do aumento de 10,5% em 2020 para 5,8%. Ademais, esta expansão se fez propulsionada pelas modalidades com recursos livres (RL) para pessoas físicas (PF) com alta de 11,5% a.a., cuja perspectiva não é favorável para 2022 dado o elevado endividamento das famílias e o ambiente econômico.

Dezembro apresentou sinais de perda de dinamismo nas concessões para PF com ajuste sazonal, com a queda na margem de -9,3%. Porém, no acumulado de 12 meses (12m) ainda mostram aumento da expansão nominal saindo de 0,6% a.a. em dez/20 para 22,6% a.a.. Há, ainda, ganho consistente na participação de linhas de maior risco e custo financeiro, expresso no aumento de 40,5% a.a. no saldo do crédito não consignado, de 27,5% a.a. no de cheque especial, de 39,3% a.a. no rotativo do cartão de crédito e de 45,5% a.a. no parcelado. Com esse quadro, o comprometimento da renda deve se elevar com a deterioração das condições financeiras e do mercado de trabalho, com implicações negativas para a inadimplência que até então se mantém em níveis confortáveis, distantes dos verificados em 2016.

Para pessoas jurídicas (PJ), a retração de -33,4% a.a. nas concessões acumuladas em 12m na modalidade capital de giro foi compensada por operações com recebíveis, com o crescimento de 61,8% a.a. no desconto de duplicatas e de 34,5% a.a. em antecipação de faturas de cartão. Com o fim das medidas de estímulo, o indicador para operações com recursos direcionados (RD) fechou 2021 com diminuição de -30,2% a.a. (de -64,6% a.a. na rubrica outros créditos que englobam os programas do governo).

Assim, a Assessoria Econômica da ABBC avalia para 2022 um menor crescimento nominal do crédito motivado pelas dificuldades impostas pelo cenário macroeconômico, mas com redução mitigada com o aumento da inflação e das taxas de juros dos empréstimos. Com isso, as projeções para 2022 são de crescimento de 8,9%, de 11,1% para RL (12,0% para PF e 10,0% para PJ) e de 5,8% para RD (11,0% para PF e -3,0% para PJ).

 

Sim 0
não 0

Compartilhe:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *