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Comportamento Semanal – Recessão e risco

Na semana, os crescentes temores com uma possível recessão nos EUA deterioraram a aversão ao risco. Com os dados mais fracos de atividade e a possiblidade de um ciclo de aperto monetário seja menos agressivo, o rendimento das T-Notes de 10 anos recuou fortemente em -0,25 p.p. para 2,88% a.a., devolvendo toda a alta registrada em junho. Na esteira da maior percepção de risco nos mercados globais, o dólar ganhou força frente às principais moedas, com o Dollar Index elevando-se em 0,91%. Reagindo não só ao ambiente externo mais adverso e ao recuo dos preços das commodities, mas também a uma maior preocupação com o regime fiscal, o real encerrou o período cotado a R$ 5,33, o que significou uma alta do dólar de 1,71% na semana e de 10,73% no mês. O prêmio do CDS de 5 anos subiu 10,07 bps. para 296,48 bps..

Alinhado ao desempenho favorável da atividade econômica no ano, o mercado de trabalho continuou apresentando indicadores positivos, com a PNAD-Contínua mostrando uma taxa de desemprego de 9,8% no trimestre móvel findo em maio, o menor nível desde 2015 (-4,9 p.p. em relação ao mesmo trimestre de 2021). Já o Caged apontou geração líquida de 277,0 mil vagas de empregos formais, o que representou uma alta de 40,3% na margem (4,0% frente a mai/21). A expansão do trabalho formal, entretanto não se replica em aumento da renda real e tende a se reduzir em meio ao esperado arrefecimento da economia em resposta ao necessário aperto das condições financeiras para a convergência da inflação. 

Ademais, o resultado fiscal do Governo Central apontou déficit mensal de R$ 39,4 bilhões em maio, o 2º maior para o mês desde o início da série histórica, só perdendo para mai/20 no início da pandemia. Já a balança comercial de junho apresentou superávit de R$ 8,8 bilhões, alta de 78,4% na margem, acumulando um saldo de 34,2 bilhões no semestre (-7,4% em relação ao mesmo período em 2021). Por último, as sondagens de confiança da FGV em junho mantiveram evolução positiva em todos os principais setores, refletindo o maior grau de abertura da economia, as avaliações favoráveis em relação a atividade e o maior equilíbrio dos estoques na indústria. Todavia, a perspectiva mantém-se desafiadora para os meses seguintes, diante das incertezas com a inflação elevada, o aumento da taxa de juros e o alto endividamento das famílias. Para a semana serão destaques os dados de produção industrial, IPCA, IGP-DI, produção e emplacamento de veículos, além das divulgações do Payroll e da ata do FED. 

Boa leitura!

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