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Comportamento Semanal – Recessão próxima?

No Fórum Econômico Mundial, realizado na semana passada, ficou evidente a preocupação com a evolução prospectiva da atividade global. Foi apresentada uma pesquisa em que 2/3 dos economistas projetavam uma recessão ainda em 2023, por conta do combate à inflação, das dívidas elevadas e do ambiente geopolítico de alta fragmentação. Os mercados têm o entendimento de que o ciclo contracionista será estendido. O temor foi aumentado com a queda não esperada dos pedidos de seguro-desemprego e indicadores de atividade mais fracos nos EUA e as possíveis pressões inflacionárias com a flexibilização sanitária na China.  Dado esse cenário, o retorno das T-Notes de 10 anos recuou -0,1 p.p. para 3,48% a.a. e o dólar ganhou força frente às divisas dos países emergentes, cujo índice recuou -0,39% na semana, com destaques para as depreciações de 1,20% no peso argentino, de 0,57% no peso mexicano, de 1,37% no renminbi e de 2,05% do real.  Após um período de relativa calmaria, houve um aumento nos prêmios de risco implícitos na estrutura a termo da taxa de juros, repercutindo fundamentalmente os ruídos na comunicação do governo.  Os rumores acerca de um eventual aumento das metas de inflação recaíram negativamente sobre as expectativas inflacionárias, de modo que a mediana do Boletim Focus para o IPCA de 2023 avançou 0,09 p.p. para 5,48% e a estimativa para 2024 aumentou em 0,14 p.p. para 3,84%. Como desdobramento, a trajetória esperada para a meta Selic vem ajustando-se para cima, apontando para uma taxa de 12,50% a.a. ao término de 2023, prevendo cortes só a partir de set/23. Os números do monitor do PIB da FGV deixam clara a desaceleração. As expectativas no Focus para o crescimento do PIB em 2023 subiram de 0,77% para 0,79%. A recuperação do mercado de trabalho exibida pela PNAD perde intensidade, mesmo com a taxa de desocupação alcançando 8,1%. Se a taxa de participação fosse similar ao período anterior à pandemia (a média de 2019), o desemprego seria 1,7 p.p. maior. Segundo levantamento de sentimento da CNC, a média do aumento da parcela de endividados foi de 6,8 p.p. para famílias com até 10 salários mínimos e 8,3 p.p. para renda superior a 10 salários mínimos , o que significou as maiores altas anuais desde 2010. Para a semana, o grande destaque fica para os números do IPCA-15 relativos a jan/23 que devem sinalizar a trajetória do processo de desinflação. Adicionalmente, ocorrerão a reunião do CMN, além da divulgação dos dados fiscais, do setor externo, das sondagens de confiança, do PIB dos EUA e PCE, e a confiança do consumidor na Zona do Euro.

Boa leitura!

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