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Comportamento Semanal – Alteração nas metas?

O debate sobre a elevação das metas inflacionárias, conjuntamente com o teor da comunicação do Banco Central, fez com que a projeção da Selic para o final de 2023 subisse na semana 0,25 p.p. para 12,75% a.a. e 0,25 p.p. para 10,00% a.a. para 2024. A estimativa do Focus para o IPCA de 2023 aumentou 0,01 p.p. para 5,79%, com a de 2024 aumentando 0,07 p.p. para 4,00%. Dado o aumento das expectativas inflacionárias de prazos mais longos, a ata do Copom assinalou a possibilidade de alguma elevação da taxa neutra de juros, atualmente considerada em 4%. Apesar de manter os números das políticas aprovadas em lei, alguns membros pontuaram que as projeções de déficit primário de mercado são sensivelmente menores do que o previsto no orçamento, possivelmente incorporando o pacote fiscal já anunciado. Reconheceu, ainda, que a sua execução atenuaria os estímulos fiscais sobre a demanda, o que reduziria o risco do aumento na inflação.

Com esse quadro, a taxa real de juros ex-ante encerrou em 7,28%, o que representou uma redução de -0,36 p.p. na semana. Apesar das preocupações, os números do IPCA de janeiro foram levemente positivos. Contudo, no curto prazo, espera-se a manutenção das pressões com os reajustes do preço da gasolina nas refinarias e das mensalidades de escolas e cursos, sem contar a provável reversão da desoneração tributária nos combustíveis. No lado real, os últimos indicadores divulgados sinalizam a desaceleração do crescimento. Ainda que o setor de serviços tenha surpreendido positivamente em dezembro, com uma alta de 3,1% na margem, a expansão saiu de 3,0% no 3T22 para 1,0%. As vendas no varejo registraram uma queda de -0,7% no 4T22 no conceito restrito e uma alta de 0,9% no ampliado. A percepção de endividamento das famílias do levantamento da CNC estabilizou-se em janeiro em 78,0%, patamar próximo ao máximo histórico. Em janeiro, a caderneta de poupança apresentou uma retirada líquida de R$ -33,6 bilhões, refletindo o peso do elevado endividamento das famílias e da inflação no orçamento familiar.

No lado externo, o retorno das T-Note de 10 anos subiu 0,21 p.p. para 3,74%, após os dados de janeiro sugerirem um mercado de trabalho ainda bem aquecido. Com isso, o dólar voltou a ganhar força no cenário global. Para esta semana, destaques para as divulgações do monitor do PIB, IBC-Br e IGP-Di, além inflação ao consumidor, varejo e produção industrial nos EUA e PIB e produção industrial na Zona do Euro.

Boa leitura!

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