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Comportamento Semanal – Arcabouço e as expectativas inflacionárias

No que tange aos riscos de uma crise bancária, o Copom não vê um dilema na condução da política monetária entre os objetivos de controle da inflação e de estabilidade financeira, priorizando as expectativas de longo prazo. Para o Banco Central (BC), as medidas macroprudenciais seriam mais adequadas para mitigar o risco sistêmico, enquanto a taxa de juros seria mais apropriada para a desinflação. Se identificadas disfuncionalidades no sistema, o BC acionaria os seus instrumentos de liquidez, não necessariamente reduzindo a taxa Selic. Procurando conciliar prioridades sociais com o controle de despesas e conferir uma trajetória estável para a dívida pública, foram anunciadas pelo Ministério da Fazenda as balizas do novo arcabouço fiscal. Para viabilizar a nova âncora e restabelecer receitas, será lançado nas próximas semanas um pacote de “medidas saneadoras”. Ainda que dentro de bandas, a proposta estipula metas ambiciosas quando comparadas com o Boletim Focus, ao projetar um déficit primário de -0,5% em 2023, a sua zeragem em 2024 e superávits de 0,5% para 2025 e de 1,0% em 2026. O BC enfatizou que o efeito líquido da proposta fiscal sobre a inflação dependerá das condições vigentes, não havendo uma relação mecânica. A materialização de um cenário de desinflação benigno dependeria da solidez e credibilidade da proposta e das expectativas. Com os sinais mais duros emitidos do BC, a taxa real de juros ex-ante de 1 ano subiu 0,18 p.p. para 7,26% a.a., adentrando-se ainda mais em patamar fortemente contracionista. Ainda incapaz de reverter o regime de expectativas e cercado de algum ceticismo, o anúncio dos parâmetros teve impacto nos indicadores dos prazos mais longos que fecharam com considerável redução de prêmios.

Boa leitura!

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