A proposta do novo arcabouço fiscal e a melhora do apetite ao risco no exterior favoreceram o recente movimento de queda dos prêmios de riscos nos ativos internos, embora tenha perdido fôlego esta semana, com a taxa real de juros ex-ante subindo 0,10 p.p. para 7,36% a.a.. Entretanto, a ETTJ exibiu reduções nos vértices mais longos, que só não foram maiores por conta do leilão recorde de R$ 17,37 bilhões em LTNs e NTN-Fs. Ainda, com a boa recepção da nova meta fiscal, o Tesouro Nacional foi exitoso ao captar no exterior US$ 2,25 bilhões no prazo de 10 anos, com uma demanda 5,7 vezes superior à prevista. O alívio na pressão do risco bancário global, com a diminuição da demanda por liquidez na linha emergencial do Federal Reserve (Fed), levou o CME Group indicar na quinta (06/04) a probabilidade de 66% de uma alta de 0,25 p.p. na fed fund na próxima reunião. Indicadores antecedentes da atividade apontam desaceleração no setor de serviços e no mercado de trabalho, sugerindo que o aperto monetário esteja próximo do fim. Em março, o payroll indicou a criação de 236 mil vagas, abaixo do esperado, e uma desaceleração considerável em relação a jan/23 (472 mil vagas) e fev/23 (326 mil). No Boletim Focus, sem alterações relevantes no que tange às expectativas inflacionárias, com a mediana das projeções para a Selic no final de 2023 em 12,75% a.a., passou a considerar o 1º corte (-0,25 p.p.) em set/23, com outro de -0,25 p.p. em nov/23 e outra de -0,50 p.p. em dez/23. A perda de tração da atividade e o elevado endividamento das famílias, conforme aponta a PEIC de março, adicionam pressão para o início do ciclo de afrouxamento monetário. Para esta semana, atenção no resultado do IPCA de março, que deve ser pressionado pela reoneração de tributos sobre os combustíveis. Ainda, saem os dados de serviços, varejo, veículos e produção industrial nos EUA e na Zona do Euro.
Boa leitura!
