Sem alterações relevantes no balanço de riscos para a inflação que fossem suficientes para uma nova diretriz da política monetária, o Copom não só manteve a Selic em 13,75% a.a., como não emitiu sinais fortes acerca dos passos futuros, principalmente no que tange a um possível início da flexibilização. O passo mais claro nesse sentido, seria o de que não encara como provável uma eventual retomada no aumento da taxa de juros. Quando comparada com as expectativas do Boletim Focus, a inflação implícita na negociação de títulos públicos vem mostrando uma redução mais significativa, reagindo mais tempestivamente à redução dos prêmios de risco, das incertezas relativas à âncora fiscal e à apreciação cambial. O indicador de 2 anos passou de 5,90% há 1 mês atrás para 5,50% em 05/05. A percepção dos agentes de mercado de que o Federal Reserve finalizou o seu ciclo de aperto monetário com uma alta de 0,25 p.p. foi preponderante para um comportamento favorável à tomada de risco, embora não seja descartada uma eventual retomada dos aumentos e que não são vislumbrados cortes de juros em 2023. Com isso, o Dollar Index perdeu força na semana, depreciando 0,44% frente às moedas dos países desenvolvidos e 0,72% em relação às dos emergentes. O real encerrou com apreciação de 0,73%, com o dólar cotado a R$ 4,95. Também, como sinalizador do alívio inflacionário, o índice de commodities do Banco Central caiu -0,45% em abril, o que representou a 5ª queda consecutiva e acumulando uma perda de -13,42% em 12 meses. Além da ata do Copom, a autoridade monetária divulgará, nesta semana, o Relatório de Estabilidade Financeira, que deverá ratificar a resiliência do sistema bancário. Após os números bem favoráveis para o IGP-DI, é aguardada com especial atenção as sinalizações do IPCA de abril no que se refere às medidas de núcleo e inflação subjacente, para ajudar no entendimento da velocidade do processo de desinflação. Por fim, para os EUA, destaques também para o CPI e confiança do consumidor de Michigan.
Boa leitura!