Com o anúncio da redução nos preços dos combustíveis e da nova política de ajustes da Petrobrás, as projeções para a expectativa de inflação reduziram-se no Boletim Focus de 6,03% para 5,80% para 2023. Ainda distante da meta para o horizonte relevante para a política monetária, a estimativa para 2024 diminuiu de 4,15% para 4,13%. Ajudadas pela apreciação cambial e pelo comportamento dos preços de atacado, quedas mais consistentes são observadas na inflação implícita nas NTN-Bs. Apesar da ausência de uma sinalização do Banco Central acerca do início do afrouxamento monetário, a pesquisa projeta uma redução de – 0,25 p.p. na Selic apenas em set/23. O apreçamento dos prêmios de risco nesta semana deve reagir a votação do novo arcabouço fiscal. No que se passou, o impasse em torno do teto da dívida soberana nos EUA trouxe volatilidade, com um aumento de 0,20 p.p. do rendimento das T-Notes de 10 anos para 3,70% a.a.. Adicionalmente, o dólar ganhou força frente às demais moedas, encerrando cotado a R$ 5,00, após romper o piso de R$ 4,90. Na série do acumulado do ano, o IBC-Br em março fechou com uma aceleração de 3,10% a.a. em fev/23 para 3,31% a.a.. Com as surpresas positivas ocorridas nos indicadores de atividade, as projeções quanto ao crescimento do PIB para este ano elevaram-se de 1,02% para 1,20%, movimento que tende a continuar. Por ora, mesmo com a proposta do governo, pouco se alteraram no Focus os números para o resultado primário que se mantiveram em -1,0% do PIB para 2023 e em -0,70% para 2024. Finalmente, nesta semana, será importante monitorar no IPCA-15 de maio o comportamento das medidas de núcleos e subjacentes, sobretudo em serviços, que ainda permanecem em patamares elevados e exibindo uma desaceleração bem gradual, o que justificaria a postura mais conservadora da autoridade monetária.
Boa leitura!
