Com o IPCA de julho um pouco mais alto do que o aguardado na edição anterior, mas com dados qualitativos bem favoráveis e compatíveis com a queda da taxa básica de juros em -0,5 p.p., as expectativas no Boletim Focus pouco se alteraram. O IPCA esperado para 2023 permaneceu em 4,84% e no horizonte relevante para a política monetária, a estimativa para 2024 variou de 3,88% para 3,86% e de 2025 manteve-se em 3,50%. Embora a inflação de serviços supere a meta, desacelerou de 6,22% a.a. para 5,64% a.a. (8,88% a.a. em jul/22) e a dos serviços subjacentes, que agrupam preços mais ligados ao ciclo econômico, passou de 6,73% a.a. para 6,10% a.a. (9,17% a.a. em jul/22). Reagindo à redução da Selic e a sinalização de novos cortes da ordem de -0,50 p.p., a taxa real de juros ex-ante fechou a semana com uma queda de 6,70% a.a. para 6,57% a.a., mantendo-se bem acima de 4,5% a.a. considerado como neutro. Apesar dos recuos nas taxas de juros de curto prazo, houve aumento na inclinação da curva, com a alta dos vértices mais longos alinhando-se ao movimento na precificação dos títulos do Tesouro dos EUA. Embora os investidores mantenham como aposta majoritária a manutenção dos juros nos próximos meses, aumentou-se a probabilidade de aumentos adicionais. Assim, o rendimento da T-note de 10 anos aumentou 0,11 p.p. para 4,16% a.a.. Tido como uma proxy do PIB, a IBC-Br teve uma alta mensal de 0,63%, compatível com a alta de 1,21% do varejo ampliado, estabilidade no comércio restrito, e os aumentos de 0,22% do setor de serviços e de 0,09% na produção industrial. No acumulado em 12 meses, a expansão desacelerou de 3,46% a.a. em mai/23 para 3,35% a.a. e o carrego estatístico para 2023 ficou em 2,46%.
Boa leitura!