A semana caracterizou-se pelo aumento de volatilidade nos preços dos ativos financeiros. Além de eventos não econômicos, contribuiu a surpresa negativa com o aumento de 0,87% do IPCA de agosto, fechando em uma inflação de 9,68% a.a.. Disseminado em diversas categorias e alavancado pelas altas nos preços dos alimentos e combustíveis, o aumento de preços está explícito também nas medidas de núcleos, serviços e bens industriais que subiram de 5,48% para 6,09% a.a.. Com o risco de uma inércia inflacionária, as projeções do IPCA no Boletim Focus saltaram de 7,88% para 8,00% em 2021 e de 3,98% para 4,03% para 2022. Cresceram também as apostas de ajuste mais agressivo da Meta Selic na próxima reunião do Copom e os prêmios de risco na curva de juros, de modo que a taxa real de juros ex-ante já se aproxima de 4,00%. Apesar da evolução positiva do comércio varejista restrito com alta de 1,2% em jul/21 (0,9% em jun/21), na série com ajuste sazonal, a percepção negativa sobre o ritmo de reação da atividade, com a crise hídrica e o ciclo de aperto da política monetária, a mediana das projeções para o PIB para 2021 recuou -0,11 p.p. na semana para 5,04% e a de 2022 cedeu -0,21 p.p. para 1,72%. Com as incertezas internas agravadas pelo cenário externo, o dólar encerrou a semana cotado a R$/US$ 5,25, com apreciação de 1,0%. Para a semana, serão destaques a divulgação do PMS, IBC-Br, IGP-10 e produção industrial de EUA, China e Zona do Euro.