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Comportamento Semanal – Trajetória confortável


Mesmo com a dinâmica benigna da inflação, desaceleração da atividade interna e os sinais mais consistentes de uma aterrissagem suave e de uma inflexão monetária nos EUA, o Banco Central (BC) reiterou que o ritmo de queda da Selic seria compatível com a manutenção da política contracionista necessária para a convergência da inflação à meta e a reancoragem das expectativas. Apesar da evolução favorável nos dados qualitativos e da inflação corrente, as projeções de inflação no horizonte relevante mantêm-se consideravelmente acima do centro da meta de 3,00% (3,91% para 2024 e 3,50% para 2025). Com essa rigidez, uma aceleração dos cortes poderia levar a uma redução mais abrupta da taxa real, colocando em risco a trajetória que é entendida como confortável. 

O cenário de uma provável aterrissagem suave nos EUA estimula as apostas na antecipação da flexibilização monetária pelo Federal Reserve (Fed) para o 1T24, a despeito das mensagens reticentes de alguns dos seus membros. O movimento ganhou força com a inflação de preços de gastos com consumo (PCE) desacelerando de 2,9% a.a. em out/23 para 2,6% a.a. e a medida de núcleo reduzindo-se de 3,5% a.a. em out/23 para 3,2% a.a.. Além da menor aversão ao risco no exterior, os ativos domésticos se beneficiaram da elevação do rating do Brasil pela Standard & Poors (S&P), obtida graças à agenda econômica, e das medidas de aumento da arrecadação pelo Congresso. Com isso, o risco soberano brasileiro, medido pelo CDS de 5 anos, recuou -5,1 bps. na semana para 133,2 bps. Respondendo à redução de -0,07 p.p. para 10,09% no swap DI prefixado de 360 dias e a queda de -0,05 p.p. para 3,85% na inflação esperada para os próximos 12 meses, a taxa real de juros ex-ante recuou -0,02 p.p. no período, encerrando em 6,01% a.a., superando o 4,5% considerado como neutro pelo BC.

O indicador de atividade do Banco Central (IBC-Br) mostrou queda no ritmo de expansão, com a variação do acumulado em 12 meses, saindo 2,4% a.a. em set/23 para 2,2% a.a. em outubro (3,0% a.a. em out/22). O monitor mensal do PIB mostrou também trajetória de desaceleração semelhante, porém indicando uma ligeira alta de 0,1% em outubro, revertendo a trajetória de 2 meses consecutivos em retração. A arrecadação via impostos e previdência acumulada em 12 meses tem mostrado uma acomodação, alcançando em novembro R$ 2.333,2 bilhões em valores constantes, com uma queda de -0,03% em relação a out/23 e de -0,37% quando comparado com nov/22.

Por fim, com a agenda internacional mais esvaziada, as atenções nesta semana voltam-se para as divulgações do IPCA-15, IGP-M, que poderão adicionar mais pressão para intensificar o ritmo de ajuste da política monetária, e dos dados fiscais.

Boa leitura!

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