Alavancado pelas operações com empresas, o crescimento do saldo das operações de crédito continua se acelerando, ficando em 16,1% a.a. em fevereiro (15,6% a.a. em dez/20). Ademais, as concessões ajustadas sazonalmente apontaram alta expressiva de 6,0% (6,5% para PF e de 4,7% para PJ). Entretanto, com o arrefecimento da atividade econômica por causa da pandemia, a expectativa não é positiva. A expansão das concessões acumuladas em 12 meses reduz de forma consistente, fechando o mês em 3,1% a.a. (13,1% a.a. em fev/20). O nível elevado de endividamento, o comprometimento da renda das famílias, a limitação fiscal para aplicação de programas de crédito do governo e a inflação mais elevada devem também contribuir negativamente. Apesar da queda de -0,3 p.p. na taxa média de juros, essa foi motivada fundamentalmente por ajuste significativo na modalidade capital de giro com prazo inferior a 365 dias, mas a tendência é de elevação nas próximas divulgações, refletindo o aperto monetário. Os níveis confortáveis da inadimplência já estão ameaçados pela evolução desfavorável das séries de atraso entre 15 e 90 dias, movimento que poderá ser agravado pelo final das carências dos créditos emergenciais e do alívio regulatório na classificação de risco das operações. Neste contexto, a expectativa do Banco Central é de que a expansão em 2021 seja reduzida para 8,0%.