O PIB avançou 0,9% no 2T23, superando em muito as expectativas de um aumento de 0,3%. Com isso, as projeções no Boletim Focus de crescimento para 2023 avançaram na semana de 2,31% para 2,56%. Graças ao carregamento estatístico, o indicador nas próximas edições deverá aproximar-se de 3,0%. Em relação ao 1T23, quando o crescimento se baseou fundamentalmente no setor agropecuário, houve uma composição qualitativa melhor. Ademais, a preocupação com o baixo dinamismo dos investimentos deve ser mitigada com a recente melhora das condições financeiras, o início do ciclo de flexibilização monetária e a dissipação das incertezas. Com a robustez do PIB no 2T23, reduziram-se as chances de uma aceleração no ritmo de corte da Selic sinalizado pelo Copom, assim a taxa real de juros ex-ante subiu 0,02 p.p. para 6,62% a.a., patamar contracionista quando comparado a taxa de juros neutra de 4,5% a.a., indicada pelo Banco Central. Porém, apesar da surpresa positiva, houve na comparação interanual uma desaceleração de 3,7% no 2T22 para 3,4%. Essa tendência é preocupante, pois pode aumentar o desafio de que o governo terá para cumprir a meta de ter o déficit primário zerado no próximo ano, como já se pôde ver nos dados fiscais mais recentes. Os números de julho mostraram no Caged uma diminuição no ritmo de criação de vagas líquidas. Contudo, a Pnad Contínua mostrou uma redução de -1,2 p.p. em 12 meses para 7,9% no trimestre móvel encerrado em julho, o menor patamar desde fev/15, quando era de 7,5%. Nos EUA, a revisão do crescimento do PIB no 2T23 de 2,4% a.a. para 2,1% a.a. e o aumento na taxa de desemprego no payroll de 3,5% para 3,8% mostraram um cenário menos propenso a apertos monetários adicionais, reduzindo o horizonte para a flexibilização, o que levou à queda nos retornos das T-Notes e diminuição da aversão ao risco, com ganhos nas principais bolsas internacionais e recuperação nas commodities metálicas e energéticas, ancoradas também em uma nova rodada de estímulos econômicos na China. Para esta semana, foco nos dados da PIM e no panorama da economia norte-americana com o livro Bege.
Boa leitura!