Conforme antecipado, o Federal Reserve elevou na semana em 0,75 p.p. as taxas básicas de juros, para a faixa alvo de 2,25% e 2,50% a.a., diante da resiliência das pressões inflacionárias e do aperto no mercado de trabalho. Sem sinalização sobre a magnitude do ritmo de ajuste futuro, e reconhecendo uma desaceleração importante da economia norte-americana no 2T22, caracterizando uma recessão técnica, as projeções para os Fed Funds devem se equilibrar em torno de 3,5% a.a. ao final deste ano. A decisão contribuiu para o enfraquecimento da moeda norte-americana e para o maior apetite ao risco no mercado global. Com isso, o Dollar Index apontou queda de -0,77% na semana. Com melhor desempenho entre os seus pares emergentes, o dólar se depreciou -5,9% ante a divisa brasileira, para R$/US$ 5,17, a despeito da crescente preocupação com a trajetória fiscal. No âmbito doméstico, a inflação de curto prazo tem demonstrado sinais de arrefecimento, com o IPCA-15 desacelerando para 0,13% em jul/22 (11,39% em 12 meses), sob impacto da redução do ICMS em combustíveis e eletricidade. O resultado do IPCA-15 de junho, em conjunção às expectativas de curto prazo em patamar negativo trazem alívio, mas não alteraram o balanço de riscos para a inflação, ainda em patamar corrente elevado, núcleos e medidas subjacentes pressionados. Diante de um aperto monetário já bastante intenso, o Copom deve encerrar nessa semana o ciclo de aperto monetário ao elevar a Meta Selic em 0,5 p.p. para 13,75% a.a., com as atenções se voltando aos sinais dos próximos passos. Ademais, o mercado de trabalho encerrou o 1S22 em forte recuperação, ainda que apoiada na geração de vagas informais e na criação de vagas de menor remuneração, com a maior flexibilização das restrições sociais que impactaram notadamente o setor de serviços. Com isso, a taxa de desemprego encerrou em 9,3%, segundo a PNAD Contínua, no trimestre findo em jun/22. Ainda em junho, os dados do Caged, que apontam a geração de vagas de trabalho formal, registrou a criação líquida de 277,94 mil postos. Para a semana serão destaques além da reunião do Copom, as divulgações dos dados da Balança Comercial, Produção Industrial, Produção e Emplacamento de Veículos e dados de emprego nos EUA.
Boa leitura!
