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Comportamento Semanal – Inflação corrente e expectativas

Embora com desaceleração na margem, o IPCA-15 subiu 0,59% em maio, alcançando 12,20% em 12 meses. O resultado ratificou o balanço negativo para a inflação, em meio à natureza disseminada e generalizada das pressões. A inflação subjacente continua acelerando, com as diversas medidas distanciando-se ainda mais das metas (15,91% a.a. em alimentação, 8,36% a.a. em serviços e 12,71% a.a. em industriais). A preocupação com a disseminação da inércia inflacionária, a despeito do forte aumento da taxa básica de juros, preocupa pela contaminação das expectativas, ampliando as apostas de novos aumentos da Selic e da extensão do ciclo de aperto monetário em terreno contracionista. De acordo com as Projeções Broadcast, a mediana das estimativas para o IPCA em 2022 acelerou em 0,32 p.p. para 8,90%. Para 2023, horizonte relevante para a política monetária, subiu 0,20 p.p. para 4,50%, aproximando-se do limite da meta de 4,75%. Com a performance favorável da atividade que não parece sentir os efeitos do aumento da Selic, as estimativas para o crescimento do PIB para 2022 avançaram 0,25 p.p., em relação à divulgação anterior, alcançando 1,25%. Durante a semana, houve depreciação do dólar no mercado de câmbio internacional, com a diminuição da aversão ao risco, apoiada nos temores com a desaceleração do crescimento econômico nos EUA, o que deve levar o Federal Reserve a não acelerar o ritmo do aperto monetário. Porém, o cenário para a inflação segue preocupante, apesar do ligeiro arrefecimento, com o índice PCE atingindo 6,3% a.a. em abril (ante 6,6% em mar/22), enquanto a 2º prévia do PIB norte-americano indicou retração de -1,5% no 1T22 em termos anualizados. O real encerrou a semana com apreciação de 3,04% frente ao dólar, com a moeda norte-americana cotada a R$ 4,73 (+ 9,68% em 12 meses). A arrecadação federal seguiu com bom desempenho em abril, amparada pelo aquecimento no ritmo de recuperação da atividade, pelo componente inflacionário e pela alta dos preços das commodities, sobretudo do petróleo, somando R$ 195,1 bi no mês, o melhor para o mês de abril desde 1995. Considerando a evolução do quadrimestre em relação ao mesmo período de 2021, deflacionada pelo IPCA, houve um crescimento de 11,0% da arrecadação total. Por fim, as sondagens de confiança apontaram melhora em maio, com exceção da construção, influenciadas pelo maior grau de abertura da economia e pela liberação de recursos pelo governo. Todavia, o cenário macroeconômico mantém-se desafiador para o consumo em meio às incertezas com o aumento da inflação, da taxa de juros, do endividamento das famílias e recuperação ainda lenta do mercado de trabalho. Os destaques da semana serão as divulgações do CAGED, PNAD, Balança Comercial, PIB do 1T22 e produção industrial, além do Livro Bege e mercado de trabalho nos EUA e vendas do varejo na Zona do Euro.

Boa leitura!

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