Condicionada à manutenção do atual regime fiscal, a intenção do Copom por um bom momento é a de não reduzir o grau de estímulo monetário, a menos que as expectativas de inflação, assim como as projeções de seu cenário básico, estejam suficientemente próximas da meta de inflação para o horizonte relevante de política monetária, incluindo agora o ano de 2022. Com isso, limita-se o espaço a estímulos adicionais, que devido a questões de estabilidade financeira, se existente, seria pequeno. O forward guidance é fundamentado na dinâmica favorável da inflação corrente e das expectativas. O sucesso dessa estratégia dependerá do grau de credibilidade, que é um grande desafio para países emergentes dada a volatilidade. Porém, neste momento, a curva de juros estaria muito inclinada mais pelas incertezas relacionadas às contas públicas do que por aspectos relativos à comunicação. Em junho, a produção industrial exibiu recuperação consistente de 8,90%, dando sequência à melhora de mai/20 (8,23%). Uma evolução favorável dos indicadores de atividade vem justificando a contínua redução da previsão de queda do PIB no Boletim Focus para -5,62%. Por fim, o dólar apreciou-se 4,13% frente ao real que no ano acumula uma depreciação de 35,1%. Acompanhando esse processo, o déficit no fluxo cambial acumulado em 12 meses era de US$ -58,4 bilhões em julho. Para a semana, são destaques a divulgação da Ata da Reunião do Copom e, principalmente, dos indicadores de atividade: PMC, PMS e IBC-Br, IGP-10 e produção industrial nos EUA, China e Zona do Euro.