Para a semana que se adentra foco total para os dados da inflação. Espera-se que o cenário favorável de curto prazo, mostrado pela queda de -1,22% no IGP-DI, seja ratificado com uma nova deflação no IPCA de setembro. Com 4 quedas consecutivas dos preços das commodities em reais, a trajetória no IC-Br do Banco Central também é positiva. Contudo, no que tange às expectativas do Focus, as alterações são tímidas, com a inflação esperada para 2023 permanecendo em 5,00%, enquanto a para 2024 oscilou -0,03 p.p. para 3,47%. Com a pressão apontada no mercado de trabalho dos EUA, a divulgação do CPI na 5ª feira adquire importância fundamental para os rumos da política monetária. As quedas na taxa de desocupação e de participação e uma evolução salarial ainda incompatível com as metas selaram a elevação da taxa básica em mais 0,75 p.p. e sua permanência em terreno contracionista por um período considerável. O retorno das T-Notes de 10 anos subiu 0,06 p.p. na semana para 3,89% a.a. e o dólar apreciou-se 0,60% frente ao euro e 0,76% em relação à libra esterlina. Já as divisas de países emergentes foram beneficiadas pelas elevações nos preços das commodities, em particular, o barril de petróleo tipo Brent que subiu 11,3% para US$ 97,92, impactado pelo corte da Opep. Os indicadores internos da atividade econômica apontaram reduções em setembro, sugerindo uma desaceleração no ritmo de crescimento no 2º semestre. No mês, observaram-se retrações na margem na produção industrial (-0,6%), no setor varejista restrito (-0,1%) e ampliado (-0,6%), assim como na produção de veículos (-12,7%). Por causa do movimento financeiro, observa-se alguma deterioração na trajetória do fluxo cambial acumulado em 12 meses que contabilizou em setembro um saldo de US$ 4,8 bilhões (US$ 11,8 bilhões em abr/22). Em 2022, acumulou-se um superávit comercial de US$ 47,87 bilhões, valor -15,2% abaixo do apresentado no mesmo período de 2021, com as importações aumentando 31,3% e as exportações em 19,0%. Por fim, com saques expressivos, a caderneta de poupança apontou retirada líquida de R$ -5,9 bilhões, com o saldo alcançando R$ 992,4 bilhões. Tal movimento ocorre em meio à elevação do consumo e à perda de atratividade em termos de taxas de juros com o ciclo de aperto monetário. Para esta semana, destaque ainda para a PMS.
Boa leitura!