Skip to content

Comportamento Semanal – Ainda recalibrando

Na semana de 12/04 a 19/04, diante de um maior volume de incertezas e algumas sinalizações do Banco Central (BC) houve uma recalibragem nas apostas da redução da queda da Selic na reunião de Comitê de Política Monetária (Copom) em maio. Assim a despeito do forward guidance, um grupo significativo de analistas passou a projetar uma redução de apenas -0,25 p.p. em maio. Contudo, no Boletim Focus de 19/04, ainda prevalecia a projeção de um corte de -0,50 p.p.. Por sua vez, em linha com o novo cenário, houve a diminuição da queda para -0,25 p.p. em junho e a taxa para o final de 2024 subiu de 9,13% a.a. em 12/04 para 9,50% a.a.. Na dinâmica inflacionária, o IPCA-15 de abril surpreendeu positivamente, recuando de 4,14% a.a. em mar/24 para 3,77% a.a.. Adicionalmente, os dados qualitativos foram também favoráveis, com a redução da média móvel trimestral (MM3) anualizada do IPCA[1]15 dessazonalizada de 4,13% a.a. em mar/24 para 3,57% em abril e a dos 5 núcleos acompanhados pelo BC mantendo-se próxima de 3,6% a.a.. Sem computar a surpresa positiva do IPCA-15, a mediana das projeções para o IPCA de abril, no boletim de 19/04 mostrou uma ligeira deterioração nas expectativas inflacionárias, com uma elevação de 3,71% para 3,73% nas projeções para 2024 e de 3,56% para 3,60% para 2025. Com a volatilidade regida pelos indicadores dos EUA, houve alguma reversão no quadro da semana anterior, com o dólar perdendo força no mercado de câmbio internacional. No período, o Dollar Index recuou -0,20% e o índice de uma cesta de moedas de países emergentes em relação ao dólar subiu 0,50%. Na realidade, os dados de atividade e inflação ainda se mostram inconclusivos para se firmar uma aposta para a trajetória da taxa básica de juros. A despeito da desaceleração do PIB no 1T24, houve na semana uma elevação na rentabilidade dos Treasuries mais longos. Ademais, crescem as apostas de que não ocorram cortes na taxa dos Fed Funds em 2024. Na sexta-feira (26/04), a ferramenta FedWatch do CME Group indicava uma probabilidade de 20,2% para que os Fed Funds se permaneçam na faixa atual entre 5,25% a.a. e 5,50% a.a. em dezembro (1,0% em 28/03). Com melhor desempenho do que a média de seus pares emergentes, o real apreciou-se 1,65% em relação ao dólar, com o US$ fechando em R$ 5,12. O IPCA-15 mais baixo do que o esperado e a apreciação do real produziram uma atenuação das apostas de uma redução no ciclo de ajuste monetário, refletida na queda das taxas de juros dos prazos mais curtos. Por sua vez, em consonância com o movimento das taxas longas no exterior, houve uma elevação na inclinação da curva. Considerando-se as informações do Boletim Focus de 19/04, a taxa real de juros ex-ante ficou em 6,57% a.a., o que representou uma elevação de 0,27 p.p. frente ao cálculo de 12/04, patamar claramente contracionista. Para a próxima semana, destaques para as divulgações dos dados do mercado de trabalho (Pnad Contínua e Caged), estatística do setor externo, produção industrial, Relatório de Estabilidade Financeira, PIB, inflação e confiança do consumidor na Zona do Euro, PMI manufatura e Caixin na China, além da confiança do consumidor, PMI manufatura, Payroll e PMI serviços nos EUA e a reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed).

Boa leitura!

Sim 0
não 0

Compartilhe:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *