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Comportamento Semanal – Com surpresa

O Copom manteve a Selic em 13,75% a.a.. Ainda que o balanço de risco para a inflação permanecesse simétrico, sublinhou que houve uma deterioração nas estimativas de inflação de prazos mais longos que, conjugada com as incertezas no âmbito fiscal, demandaria uma maior atenção na política monetária. Avaliará a estratégia de manutenção da taxa básica de juros por um período mais prolongado do que o utilizado no cenário de referência para assegurar a convergência da inflação, não hesitando em retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinflação não transcorra como esperado. Como surpresa, apresentou um cenário alternativo, com a manutenção da Selic em 13,75% a.a.., onde as projeções de inflação seriam de 5,5% para 2023, de 3,1% para o 3º trimestre de 2024 e de 2,8% para o fim de 2024, compatíveis com as metas no horizonte relevante. Contemplando parcialmente o teor mais duro do comunicado, a mediana das projeções do Boletim Focus para a Selic ao final de 2023 permaneceu em 12,50% a.a., porém com o adiamento da flexibilização de setembro para outubro, quando se reduziria de 13,75% a.a. para 13,00% a.a., enquanto para o final de 2024, a projeção aumentou 0,25 p.p. para 9,75% a.a.. O mercado futuro de juros também reagiu, elevando os prêmios ao longo da curva, de modo que a taxa real de juros ex-ante de 1 ano aumentou em 0,18 p.p. no período para 7,64% a.a., adentrando ainda mais em terreno contracionista. A diminuição do ritmo do aperto da política monetária nos EUA favoreceu temporariamente o apetite de risco, reduzindo a probabilidade de uma recessão. Contudo, a divulgação de uma geração líquida de empregos em janeiro muito acima da esperada, reverteu o processo, fortalecendo a hipótese de que a taxa de juros terminal seja mais elevada e de que o ciclo seja mais extenso. Assim, na semana, o Dollar Index subiu 0,97% e o índice das moedas emergentes caiu -0,62%. Com redução de -0,7% em 2022, o desempenho da produção industrial deve continuar desfavorável com a desaceleração já contratada da atividade. Em dezembro, o Caged registrou um fechamento líquido de -431,0 mil vagas formais de trabalho. Apesar da sazonalidade, o resultado foi pior do que o esperado e as contratações tendem também a se reduzir. A Dívida Bruta do Governo Geral ficou em 73,5% do PIB em dezembro, o que representou uma queda de -4,8 p.p. no ano, explicada pelo crescimento do PIB nominal (-7,5 p.p.), resgates líquidos de dívida (-4,5 p.p.) e pela incorporação de juros nominais (+7,5 p.p.). Para esta semana, destaques para as divulgações do IPCA, IGP-Di, PMC, PMS e produção de veículos. 

Boa leitura!

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