Em termos gerais, a dinâmica do mercado do crédito amplo mostra-se positiva e condizente com o cenário econômico. No Sistema Financeiro Nacional (SFN), o ritmo de expansão dos empréstimos em setembro era de 16,8% a.a., nível que tem se mantido relativamente estável. Já a variação das concessões acumuladas em 12 meses (12m) teve uma ligeira desaceleração de 27,4% a.a. em mar/22 para 23,6% a.a.. Após 14 meses consecutivos em alta, a taxa média de juros das novas operações com recursos livres (RL) registrou queda mensal de -0,2 p.p., encerrando setembro em 40,4% a.a. ante 30,5% a.a. em set/21. Por sua vez, o índice de custo do crédito (ICC) da carteira das instituições financeiras (IFs) com RL encerrou setembro em 30,2% a.a., com altas de 0,4 p.p. no mês e de 5,4 p.p. em 12m. Entretanto, há um significativo avanço nas linhas de maior risco, particularmente no segmento para pessoas físicas (PF). Em setembro, o crédito pessoal não consignado se expandia em 26,9% a.a., o cartão rotativo em 75,8% a.a., o parcelado em 52,4% a.a., a rubrica composição de dívidas em 34,5% a.a. e o cheque especial em 28,6% a.a., evoluções preocupantes quando se levam em conta os riscos futuros relacionados à atividade. Já se observa alguma materialização do risco, com o aumento em 12m de 2,5 p.p. na inadimplência no crédito não consignado, de 10,3 p.p. no cartão rotativo, de 1,3 p.p. no parcelado, de 2,3 p.p. na composição das dívidas e 2,6 p.p. no cheque especial. Em patamar elevado, o grau de endividamento das famílias apresentou um alívio em agosto recuando -0,4 p.p. e encerrando em 52,9%, porém o comprometimento da renda subiu 0,8 p.p. no mês e 3,9 p.p. em 12m para 29,4%. O receio na evolução destes indicadores advém dos impactos da reversão na inflação corrente e do freio na melhora no mercado de trabalho na evolução da renda disponível. Com provável revisão para cima, a Assessoria Econômica da ABBC ainda mantém sua projeção para o crescimento do crédito para 2022 em 14,5% e de 8,3% para 2023.