Com elevada disseminação e a maior elevação para o mês desde 1995, o IPCA-15 de abril fechou com alta de 1,73% (12,03% em 12 meses). No mês, o IGP-M subiu 1,41%, pressionado pelos efeitos da guerra nos preços do atacado, especialmente dos combustíveis e fertilizantes. As expectativas de mercado para o IPCA de 2023, horizonte relevante para a política monetária, estão em 4,10%, ainda dentro do limite superior da meta, ratificando as dificuldades para convergência da inflação. Com a elevação de 1,00 p.p. da reunião de 4ª do Copom assegurada, a indagação se resume na sua comunicação acerca dos próximos passos, é possível que a estratégia seja alterada, deixando as próximas decisões em aberto, sem comprometimento com um posicionamento em junho. As expectativas de inflação podem estar contaminadas pelos índices correntes, com o aumento da Selic ainda não chegando à inflação, dessa forma, se faz necessário todo cuidado para que não se reaja com exagero, impondo custos excessivos à atividade. No mercado de trabalho, a taxa de desemprego encerrou em 11,1% em mar/22. Os números do Caged, por sua vez, mostraram uma desaceleração do saldo de contratações no mês encerrando com um saldo líquido de vagas formais de 136,19 mil vagas a despeito da recuperação do setor de serviços e do aumento da mobilidade social. No cenário externo, o PIB norte-americano registrou queda na prévia do 1T22 de -1,4% a.a., apesar da resiliência da demanda interna. O PCE em março de 6,59% a.a. confirmou que a inflação corrente em patamar elevado pode requerer um aperto monetário mais intenso nos EUA, de modo que as taxas de juros atinjam o patamar neutro antes do previsto. Ademais, com vetor externo negativo para ativos de risco e a inversão do fluxo de investimento estrangeiro, o real teve a pior performance relativa na semana e depreciou-se 3,67%, com o dólar fechando em R$ 4,97, após alcançar R$ 5,00 na terça-feira (26/04). Já os saques em caderneta de poupança mais uma vez superaram os depósitos somando R$ -15,4 bilhões em mar/22. Para a semana serão destaques: IBC-Br, Nota de Política Fiscal, Produção Industrial, IGP-DI, Balança Comercial, produção e emplacamento de veículos e as decisões de política monetária do FomC e Copom.
Boa leitura!