O surgimento de uma nova cepa ainda mais contagiosa do novo coronavírus levando ao aumento no número de casos da doença se sobrepôs à perspectiva favorável quanto à vacinação em massa no enfrentamento à pandemia. Assim, o ano de 2020 encerrou com uma revisão da contração do PIB brasileiro para -4,36% (ante -4,40% na leitura anterior) e com uma redução na projeção de crescimento em 2021 para 3,40% ( ante 3,49%), segundo o Boletim Focus. Tendo em vista a desaceleração recente dos preços ao produtor, as expectativas inflacionárias para o IPCA apontaram recuo de 0,01 p.p. para 4,38% em 2020, ainda na meta, e de 0,02 p.p. para 3,32% em 2021. Em linha, o IGP-M de dez/20 desacelerou a alta para 0,96% no mês, acumulando elevação de 23,14% no ano. Na semana o real apreciou-se 0,44% frente ao dólar (R$5,19). Entretanto, no ano a moeda registrou depreciação de 29,03%, o que significou um desempenho inferior ao do índice de moedas emergentes (-5,7%). Enquanto o CDS de 5 anos brasileiro recuou 3,2 bps. para 142,9 bps no período (+43 bps. no ano). Do lado real, a PNAD Contínua apontou taxa de desemprego em 14,3% em nov/20, queda de 0,3 p.p. em relação a última divulgação e avanço de 2,7 p.p. (11,6%) em relação a nov/19, refletindo a flexibilização das medidas de isolamento e o aumento das contratações temporárias de fim de ano, melhora que deve ser interrompida com o fim do auxílio emergencial. Ademais, com resultado melhor do que o esperado, o setor público apresentou déficit primário de R$ 18,1 bilhões em nov/20 (R$ 664,6 bilhões em 12 meses). A Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG) atingiu 88,08% do PIB e a Dívida Líquida do Setor Público (DLSP) 61,35% do PIB. Para a semana serão destaques a divulgação do IGP-DI, Balança Comercial, PIM, IC-Br, Ata do FomC, PMI e venda de veículos.