Na série com os ajustes sazonais, no 1T22, o comércio restrito encerrou com alta de 1,9% e de 2,3% no ampliado. Beneficiada por fatores como os ganhos de termos de troca, a diminuição das restrições sociais, os programas de transferência de renda e a melhora gradual no mercado de trabalho, a boa performance da atividade elevou a projeção do crescimento em 2022 para a ordem de 1,0%. Porém, a persistência inflacionária obrigando que a taxa de juros permaneça por um período mais prolongado em terreno contracionista vem reduzindo as estimativas do PIB para o próximo ano (0,5%). Mesmo diante do tamanho do ciclo do aperto monetário, não se observa ainda melhora na dinâmica inflacionária, agravada pela depreciação do real, elevação das commodities e da inflação global. Em abril, o IPCA registrou avanço de 12,13% a.a., ratificando os desafios da autoridade monetária e sobretudo a preocupação com o impacto da inflação corrente na ancoragem das expectativas de longo prazo, de modo que a inflação implícita no mercado de títulos para 2 anos permaneceu em 7,18%. A mensagem de Jerome Powell, reduzindo as chances de um ritmo mais acelerado de elevação da taxa básica de juros, propiciou uma queda nos rendimentos dos Treasuries nos EUA. Contudo, houve recuperação com a preocupação com a inflação, de modo que após alcançar 2,84% a.a. em 12/05, o retorno das T-Notes de 10 anos encerrou a semana em 2,93% a.a.. Ao longo da semana, a cotação do dólar variou conforme a perspectiva de um aperto monetário mais agressivo por parte do Federal Reserve. Ao contrário das principais moedas, o real apreciou 0,39% na semana, com dólar cotado a R$ 5,06. Apesar da queda de -0,19 p.p. dessa rentabilidade em relação à semana anterior, houve elevação de 0,13 p.p. da taxa de juros do swap DI prefixado de 360 dias, fechando em 13,49% a.a.. Para a semana serão destaques a divulgação do IGP-10, a reunião mensal do CMN, monitor do PIB e dados de atividade na China e EUA e inflação na Zona do Euro.
Boa leitura!