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Comportamento Semanal – Alívio relativo

A semana foi marcada pela deflação do IPCA em julho, com recuo mensal de -0,68%. Com isso, o ritmo de expansão anual saiu de 11,9% a.a. em jun/22 para 10,1% a.a. O alívio refletiu a queda dos preços dos combustíveis e da energia elétrica decorrente, fundamentalmente, da desoneração dos impostos sobre combustíveis e energia. Contudo, o balanço de risco para a inflação no horizonte relevante se mantém desfavorável, com os componentes mais sensíveis ao ciclo econômico permanecendo em termos anualizados acima do intervalo compatível com as metas. Com esse cenário, as projeções da pesquisa Focus para a inflação recuaram -0,09 p.p. para 7,02% em 2022. Entretanto, como as medidas vigentes são válidas somente até o final desse ano, a previsão para o IPCA de 2023 subiu 0,02 p.p. para 5,38% e para 2024 cresceu 0,11 p.p. para 3,41%. Diante do risco de desancoragem das expectativas para prazos mais longos, a ata do Copom considerou adequado que o ciclo de aperto monetário continue avançando em território contracionista e avaliará a necessidade de um ajuste residual, de menor magnitude, em sua próxima reunião. Impulsionado pela menor aversão ao risco com a depreciação do dólar no mercado internacional e beneficiando-se do forte fluxo de entrada de capital externo na Bolsa e em renda fixa, o real apresentou desempenho favorável, encerrando a semana com o dólar cotado a R$ 5,08 (apreciação de 1,77%). Ademais, beneficiada pelo desempenho favorável do real e pelo provável final do ciclo de aperto monetário e pelo comportamento da inflação corrente, a curva de juros apresentou alívio nos prêmios na semana, principalmente nos vértices mais longos. Acompanhando o movimento, a taxa do swap DI prefixado de 360 dias recuou -0,19 p.p. na semana para 13,40% a.a.. Mesmo com redução de -0,19 p.p., a taxa real de juros ex-ante mantém-se em terreno fortemente contracionista, finalizando em 7,28% a.a.. Do lado da atividade, alavancado pelo setor de serviços, o IBC-Br apontou alta de 0,7% em jun/22 (2,2% a.a. na variação acumulada em 12 meses). O setor de serviços apontou alta de 0,7% em julho (10,5% a.a.), enquanto o comércio registrou retração de -1,4% no varejo restrito e de -2,4% no conceito ampliado em julho (-0,9% a.a. e -0,8% a.a., respectivamente), influenciado pela dinâmica negativa para a inflação, elevado nível de endividamento das famílias e queda da renda. Para a próxima semana serão destaques a reunião do CMN, divulgação do IGP-10, monitor do PIB, produção industrial e vendas no varejo dos EUA e China, além da ata da última reunião do FomC.

Boa leitura!

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